Estava tentando dar uma organizada nos meus arquivos quando encontrei essa linda poesia de Adélia Prado.
Note a delicadeza e a sensibilidade das palavras... a serenidade implícita nessa imagem, "...Repouso meu rosto nesta areia ... envelhecendo em paz, como envelhece o que é de amoroso dono".
Lindo demais, não?
Leia a seguir o texto completo, calmamente, saboreando cada palavra.
Se não fosse a esperança de que me aguardas com a mesa posta,
o que seria de mim não sei.
Sem o teu nome
a claridade do mundo não me hospeda,
é crua luz crestante sobre ais.
Eu necessito por detrás do Sol,
do calor que não se põe e tem gerado em meus sonhos,
na mais fechada noite, fulgurantes lâmpadas.
Porque acima e abaixo e ao redor do que existe,
permaneces.
Eu repouso meu rosto nesta areia,
contemplando as formigas, envelhecendo em paz,
como envelhece o que é de amoroso dono.
O mar é tão pequenino diante do que eu choraria
se não fosses meu Pai,
Ó Deus, ainda assim não é sem temor que te amo, nem sem medo.
sexta-feira, 11 de junho de 2010
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Linda poesia mesmo, mama... Ótima escolha. Adoro os versos:
ResponderExcluir"Porque acima e abaixo e ao redor do que existe,
permaneces."
Beijinhos
Lindo mesmo! Obrigada por ter compartilhado!
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