Estava tentando dar uma organizada nos meus arquivos quando encontrei essa linda poesia de Adélia Prado.
Note a delicadeza e a sensibilidade das palavras... a serenidade implícita nessa imagem, "...Repouso meu rosto nesta areia ... envelhecendo em paz, como envelhece o que é de amoroso dono".
Lindo demais, não?
Leia a seguir o texto completo, calmamente, saboreando cada palavra.
Se não fosse a esperança de que me aguardas com a mesa posta,
o que seria de mim não sei.
Sem o teu nome
a claridade do mundo não me hospeda,
é crua luz crestante sobre ais.
Eu necessito por detrás do Sol,
do calor que não se põe e tem gerado em meus sonhos,
na mais fechada noite, fulgurantes lâmpadas.
Porque acima e abaixo e ao redor do que existe,
permaneces.
Eu repouso meu rosto nesta areia,
contemplando as formigas, envelhecendo em paz,
como envelhece o que é de amoroso dono.
O mar é tão pequenino diante do que eu choraria
se não fosses meu Pai,
Ó Deus, ainda assim não é sem temor que te amo, nem sem medo.
sexta-feira, 11 de junho de 2010
segunda-feira, 7 de junho de 2010
Deus de justiça, Deus de misericórdia
Tenho observado que grande parte das mensagens dirigidas aos crentes nas igrejas se parece mais com uma lista de deveres e obrigações. Somos advertidos de que precisamos orar mais, ler mais as Escrituras, evangelizar mais, nos dedicarmos mais à obra do Senhor (leia-se à igreja) etc. Às vezes, tenho a impressão que Deus está sempre me cobrando alguma coisa, algo que deixei de fazer, ou que Ele desaprova. O Deus que as igrejas nos apresentam é muito mais um Deus de justiça do que de misericórdia. Se eu "andar na linha" não tenho o que temer, mas se eu "pisar na bola" a mão de Deus irá pesar sobre mim. É como costumamos dizer: fez, levou!
Esta imagem de um Deus justo, que está pronto a nos disciplinar quando erramos é típica do Antigo Testamento. O Deus que vemos ali é um Deus que recompensa aqueles que lhe obedecem e castiga aqueles que são desobedientes e não buscam fazer a sua vontade. Encontramos várias passagens do AT confirmando esse princípio: "Obedeceremos à voz do Senhor para que nos suceda bem"(Jr 42.6), "o mau não ficará sem castigo, mas a geração dos justos é livre" (Pv 11.21), "Guarda, pois, os seus estatutos e os seus mandamentos que te ordeno, para que te vá bem" (Dt 4. 40), "Quem procura o bem alcança favor, mas ao que corre atrás do mal, este lhe sobrevirá" (Pv 11.27). Porém, o Novo Testamento nos revela um Deus que além de justo é também misericordioso. Um Deus que tomou sobre si o castigo que merecíamos e que está sempre pronto a nos receber de volta, com os braços estendidos. O Deus que Jesus nos mostra é um Deus perdoador, um Deus que nos acolhe, que nos recebe como somos e não nos retribui segundo nosso merecimento.
A melhor figura desse pai está na parábola do filho pródigo. Quando o filho volta para casa, depois de ter esbanjado a fortuna do pai em uma vida de pecado, em vez de passar-lhe um "sermão", o pai o recebe com uma festa! O texto dá a entender que o pai esperava ansiosamente pela volta do filho, pois avistou-o quando ainda estava longe, e "compadecido, correu, o abraçou e beijou".
Deus é justo, mas é também compassivo e misericordioso, tardio em irar-se e pronto a perdoar. Ele não fica à espreita, esperando que a gente caia em pecado para nos castigar. Ao contrário, Ele tem prazer em nos perdoar. "É o amor que sempre acolhe de volta à casa e deseja comemorar", nas palavras de Henri Nouwen; "O Deus que Jesus anuncia, e em nome de quem age, é o Deus da compaixão, o Deus que oferece a si mesmo como exemplo e modelo para todo o comportamento humano".
Esta imagem de um Deus justo, que está pronto a nos disciplinar quando erramos é típica do Antigo Testamento. O Deus que vemos ali é um Deus que recompensa aqueles que lhe obedecem e castiga aqueles que são desobedientes e não buscam fazer a sua vontade. Encontramos várias passagens do AT confirmando esse princípio: "Obedeceremos à voz do Senhor para que nos suceda bem"(Jr 42.6), "o mau não ficará sem castigo, mas a geração dos justos é livre" (Pv 11.21), "Guarda, pois, os seus estatutos e os seus mandamentos que te ordeno, para que te vá bem" (Dt 4. 40), "Quem procura o bem alcança favor, mas ao que corre atrás do mal, este lhe sobrevirá" (Pv 11.27). Porém, o Novo Testamento nos revela um Deus que além de justo é também misericordioso. Um Deus que tomou sobre si o castigo que merecíamos e que está sempre pronto a nos receber de volta, com os braços estendidos. O Deus que Jesus nos mostra é um Deus perdoador, um Deus que nos acolhe, que nos recebe como somos e não nos retribui segundo nosso merecimento.
A melhor figura desse pai está na parábola do filho pródigo. Quando o filho volta para casa, depois de ter esbanjado a fortuna do pai em uma vida de pecado, em vez de passar-lhe um "sermão", o pai o recebe com uma festa! O texto dá a entender que o pai esperava ansiosamente pela volta do filho, pois avistou-o quando ainda estava longe, e "compadecido, correu, o abraçou e beijou".
Deus é justo, mas é também compassivo e misericordioso, tardio em irar-se e pronto a perdoar. Ele não fica à espreita, esperando que a gente caia em pecado para nos castigar. Ao contrário, Ele tem prazer em nos perdoar. "É o amor que sempre acolhe de volta à casa e deseja comemorar", nas palavras de Henri Nouwen; "O Deus que Jesus anuncia, e em nome de quem age, é o Deus da compaixão, o Deus que oferece a si mesmo como exemplo e modelo para todo o comportamento humano".
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